A Dança Oriental nas diferentes fases da Vida da Mulher - Por Yolanda Rebelo – Novembro 2021
Esta semana ligou-me uma amiga portuguesa de 70 anos que foi bailarina de Dança Oriental durante 30 anos nos Estados Unidos, e que depois de se reformar voltou para Portugal. Conheci-a há uns anos atrás porque ela fez uma pesquisa na net sobre as bailarinas portuguesas e escolheu-me para ser a fiel herdeira do seu legado!
Esta amiga, ofereceu-me praticamente todo o seu espólio de
roupa e material de dança porque na fase da vida que estava já não lhe fazia
sentido guardar todo esse guarda-roupa! Ela queria alguém digno do seu legado e
escolheu-me…só de escrever isto até me vêm as lágrimas aos olhos…
Como muita coisa não me servia, vendi-a na minha loja on-line de roupa de dança em segunda mão e na minha escola! Salvou-me as finanças durante mais de um ano… Ela ficou aliviada por ter mais espaço em casa e eu fiquei aliviada por poder pagar as minhas contas! Nesta ajuda mútua criou-se um laço que só quem está conectado consigo mesmo e com a magia do Universo pode entender!
Quando falámos agora ao telefone, relembrámos aqueles momentos, depois de pôr a escrita em dia do antes e do pós Covid , e a Teresa disse uma frase perfeita que só agora com os meus 46 anos de idade consigo entender com serenidade: “Todas as fases da vida da mulher são lindíssimas e devem ser vividas e desfrutadas ao máximo, na sua plenitude, e a Dança Oriental traz muita alegria à vida!”
Sobre isto dissertámos bastante em comum acordo porque, embora sejamos duas mulheres em fases diferentes da vida e eu ainda seja uma bailarina no activo, já vivemos o suficiente para perceber que em cada década da vida há coisas que fazem sentido e outras que deixam de fazer e que eram muito importantes em determinada altura! Verdadeiramente importante é viver cada época no máximo do seu potencial e não deixar nada por fazer, pois só assim podemos estar com mais serenidade e tranquilidade numa fase mais madura da vida!
Sou uma mulher que goza de uma forma física maravilhosa apesar de estar a caminho do 50! Tenho um corpo espectacular e danço cada vez melhor, com mais alma, mais música e mais subtileza na técnica, mas, apesar disso, já não me apetece dançar em todos os lugares e fazer todos os trabalhos que já fiz! Já não me apetece repetir experiências que nada mais têm para me ensinar, embora possamos sempre aprender no mesmo local, a fazer a mesma coisa cada vez melhor!